Além do espetáculo


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Estudo de Leopold Schmutzler

Fiz hoje um estudo de mais ou menos uma hora e meia com nanquim uma tinta acrílica líquida semi-transparente:

Foi bom lembrar como é pintar com isso, apesar de estar bem desacostumado. Outra coisa que foi bem difícil de acostumar foi com a transparência do esquema: a cor mudava muito depois de secar. O legal dessa tinta é que era agradável dar várias camadas sucessivas de tinta, ao contrário da aquarela, com a qual eu me ferrei algumas vezes por isso.

Mas enfim, aqui estão os estudos!

Ah, sim, e a referência aqui! Eu só tinha visto esse trabalho dele, mas numa googlada deu pra ver que o cara é mais foda do que parece!


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Processo em aquarela e curva de qualidade

Olá, galera!

Depois de muito tempo, estou voltando em outro blog, com um nome mais foda!

Bom, de qualquer maneira, estou fazendo um conjunto de 16 pinturas em aquarela de 16×16 cm e tem sido um treinamento muito bom pra praticar as aquarelagens. A curva de qualidade dos trabalhos tá meio escrota, e eu acho que, apesar de tudo, é uma coisa boa.

Antes de começar o primeiro, eu dei uma lida em Parrámon pra me refrescar algumas técnicas e comecei a pintar. Com os trabalhos, eles foram melhorando. Eu, me sentindo mais seguro, fui ler mais um pouco de teoria e rolou esse ponto de descontinuidade.

Eu vi que não estava usando algumas técnicas muito bem e voltei a pintar com mais consciência e tentando controlá-las um pouco mais: pincelada, cores, equilíbrio, composição, etc, além de usar um modelo mais complicadinho.

Pois bem, o trabalho de agora, acredito que está ali onde está o Aqui  no gráfico. O modelo foi uma cena d’A Sociedade do Anel:

Eu fiz a pintura em 4 pomodoros e esqueci de registrar um dos passos. Mas aqui vão os 3!

Voltarei em breve!

Ae!


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Set tipográfico

Vim falar hoje de um resultado talvez-nem-tão-interessante, mas que achei que valeu a pena pelo processo em si.

Para uma atividade da faculdade, precisávamos fazer um set tipográfico baseado em alguma fonte já existente. O que é um set tipográfico, você me pergunta. É o conjunto de glifos que forma uma fonte, por assim dizer.

Uma idéia, de há muito tempo atrás, era que minha escrita à mão seria igual à Garamond itálica. “Essa é uma oportunidade perfeita!”, eu pensei, idiotamente. Imprimi uma folha com alguns caracteres da Garamond itálica e as linhas auxiliares e tentei fazer com uma pena caligráfica que eu tenho. Óbvio que não deu certo. “Vou fazer a Garamond normal, então.” pensei eu. Imprimi os caracteres da Garamond e fui fazendo. “Ora, é possível!” pensei eu, de novo, idiotamente.

No amadurecimento da idéia, eu cismei que eu queria fazer os caracteres cada um em uma folha A3, com pincel, para que parecesse aqueles ideogramas japoneses e chineses. Eu queria unir a estética da cultura “tipográfica” oriental com a forma da base tipográfica ocidental, mais ou menos querendo elevar cada caractere da Garamond à categoria de um ideograma. Ou pelo menos foi essa a desculpa conceitual que eu me dei para fazer os caracteres bem grandes com a textura de pincel.

Eu testei vários pincéis, porque, primeiro, eles deveriam dar uma diferença de espessura (pra parecer com uma pena) e aquela textura de pincel dos ideogramas. Os dois melhores resultados que eu obtive foi com esses dois pincéis. Eu testei o pequeno para caso eu precisasse mudar para um caractere menor. O mais grosso, por ser sintético e servir para a cobertura de áreas maiores na pintura, conseguia dar a textura que eu queria mesmo com o nanquim puro. O menor, como é para acabamento, precisava de um nanquim quase seco para dar a textura que eu queria (que, por sorte, eu tenho um potinho que eu guardo).

Acabou que eu precisava entregar todo o set em uma única folha, então a idéia de fazer ideograma se foi. Depois, acabou meu nanquim preto, que eu precisava pra diluir um pouco o nanquim seco. Quando eu fui comprar, não tinha mais nanquim preto, tive que comprar vermelho; o que implicava que, usando o pincel pequeno, eu não conseguiria dar o efeito de pincel que eu queria (o que não é totalmente verdade, continue lendo e veja).

Além disso, com aquele pincel que eu tinha escolhido antes, não tava funcionando, porque quando eu usava o nanquim normal, ele guardava muita tinta, e acabava saindo mais grosso do que deveria.Então, eu peguei um A2, fiz as linhas auxiliares, imprimi uns modelos, peguei papel vegetal e comecei a testar do tamanho que eu ia fazer, pra me acostumar com os parâmetros.





Depois de vários testes, eu comecei a fazer na folha de A2 final. Para que a tinta saísse legal – não molhar muito o papel e ficar muito grossa – eu tinha que molhar no nanquim, passar na borda e dar uma pincelada à esmo numa outra folha. Uma coisa que eu tinha reparado, é que com aquele pincel, eu não conseguiria fazer as serifas da Garamond, que, apesar de ter uma aparência de escrita à mão, foi feita para tipos de metal, o que tornava ela não-tão-completamente-manual. Decidi deixar sem onde não dava pra fazer.

No final, ficou o set da Garamond Semi Sans, como eu a nomeei. E cá está o resultado:









Como eu disse, daria pra fazer o efeito de tinta seca, carregando o pincel com menos tinta, ou seja, pincelando mais antes de fazer a letra em si. Mas é domingo, e eu tava puto com umas coisas, então eu perdi o saco de fazer isso. Como vocês podem ver, eu caguei alguns caracteres, como o s, z, 8, 9, &, um pouco do g. Mas, enfim, c’est la vie.

P.S.: eu tou começando a achar que eu podia fazer um mini-me pra botar pensando essas coisas idiotas, será que fica legal?